ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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As Termas da Fadagosa de Nisa são consideradas cada vez mais uma atracção turística. Recebem anualmente cerca de 1300 aquistas, mas o número de utilizadores deve aumentar com a conclusão de um projecto para a construção de um novo complexo termal.
A doze quilómetros da sede de concelho, as Termas da Fadagosa de Nisa vêem, desde há muito tempo, as suas propriedades terapêuticas conceituadas e respeitadas pela população da região.
Actualmente as técnicas terapêuticas disponíveis aos aquistas são irrigação nasal, ingestão, banho de imersão, duche de agulheta/hemorroidal/filiforme/subaquático/vichy, aerobanho, nebulização e inalação, hidromassagem, aerosol e drenagem de Proetz.
As suas águas sulfuradas possuem propriedades de cariz terapêutico, essencialmente aconselhadas para o tratamento de doenças reumáticas e respiratórias. No entanto, demonstram também surtir efeito para a recuperação motora, hemorroidal e alterações de colestrol e ácido úrico. Reconhecendo o valor deste recurso para o concelho e para toda a região envolvente, em 1999, foi lançado o concurso para a elaboração do projecto arquitectónico para a criação de um novo complexo termal.
Em Novembro do mesmo ano e, como forma de facilitar a gestão dos equipamentos das termas, foi criada a «Ternisa – Termas da Fadagosa de Nisa, EM». Este organismo tem sob a sua tutela a administração e exploração do actual balneário e das águas que o abastecem, bem como todas as actividades complementares como os estudos, investimentos e serviços de transporte dos utentes. Como missão, tem ainda a seu cargo a promoção e desenvolvimento do termalismo na região, procurando alianças estratégicas com parceiros de outros sectores de actividade (como a restauração e a hotelaria) que, de algum modo, possibilitem a viabilização deste projecto do futuro para o complexo.
A câmara municipal, como concessionária do furo, é detentora de 80% do capital desta empresa. No entanto, a presidente da câmara de Nisa, Gabriela Tsukamoto deixa antever a hipótese desta percentagem diminuir em função de novos investimentos privados, quando as instalações do complexo estiverem prontas: «teria toda a lógica e interesse que outras empresas de ramos complementares, como a hotelaria ou restauração, se aliassem a nós. Aliás, o estudo de viabilidade aponta nesse mesmo sentido».
Novo complexo
O actual balneário das Termas da Fadagosa, aberto apenas entre 15 de Abril e 15 de Novembro, recebe anualmente uma de média 1300 pessoas, valor que não é possível de superar por razões logísticas.
Para além do novo balneário com capacidade para 6500 novos aquistas, consta ainda do projecto para este novo complexo um aparthotel com 20 apartamentos (doze T0, seis T1 e dois T2) e com um centro de conferências.
A construção desta estrutura vai possibilitar o conforto do alojamento dos utentes no espaço das termas. Até agora estes serviços têm sido assegurados por residenciais, pensões e quartos particulares nos arredores do empreendimento.
Na busca de melhores condições de alojamento e do bem-estar dos aquistas está também projectado um centro de internamento para casos considerados de maior gravidade. Esta unidade enquadra-se na política, não só de tratamento destas patologias, mas de desenvolvimento de estudos que possibilitem a crescente credibilização do termalismo.
Para satisfazer uma vertente mais lúdica, o projecto contempla ainda a construção de dois campos de ténis, um polidesportivo e vários percursos pedestres naquela área.
O novo complexo termal para as Termas da Fadagosa, em Nisa, pretende deste modo, projectar todo o concelho para um novo conceito de turismo e termalismo, pela modernidade dos espaços e pelas técnicas avançadas. Os padrões de rigor aplicados até agora prometem ser mantidos, quer na prestação dos serviços de saúde, quer pelo atendimento. Gisela de Sá, directora da «Ternisa, EM», considera que estes são alguns aspectos necessários "quando se quer manter um elevado nível de qualidade".
Numa primeira fase, o investimento da câmara municipal rondará os 4 milhões e 500 mil euros, destinados exclusivamente à construção de um novo balneário e do centro de internamento. A edificação e exploração do aparthotel e da ala de restauração aguardam investimento privado. No entanto, Gabriela Tsukamoto afirma já terem sido apresentadas algumas propostas nesse sentido.
O futuro do actual balneário é ainda incerto, sendo que uma das suas possíveis utilizações poderá ser a de pólo museológico e como “ponte de ligação” entre o passado e o futuro do termalismo nesta zona.
Componente terapêutica
"Não se fazem aqui milagres, mas realmente as pessoas com determinadas sintomatologias sentem-se melhor depois de virem aqui", este é o mote deixado por Gisela de Sá, directora da empresa gestora das termas.
Durante o período de funcionamento os aquistas são acompanhados por uma equipa de trabalho que avaliza o rigor e segurança na aplicação dos tratamentos. Sendo que laboram neste espaço um director clínico, um director técnico, dois médicos generalistas, um otorrinolaringologista, um reumatologista, três enfermeiros, doze balneoterapeutas (com formação de três anos nesta área) e um controlador de análises.
A aposta para a divulgação destas termas tem sido feita em certames da especialidade, como forma de cativar pessoas dos concelhos vizinhos, no entanto as estatísticas mostram que os aquistas são essencialmente provenientes de Castelo Branco e, cada vez mais, de Lisboa.
Turismo associado às termas
A aposta no novo complexo termal tem ainda o objectivo de criar um constante fluxo de turismo que ruma a esta região. Estas novas infra-estruturas vão, segundo a opinião da autarquia, ser um dos mais fortes «cartões de visita» da região e favorecer o retorno das pessoas que, numa primeira fase, vêm a este concelho apenas para ir às termas.
Segundo Gabriela Tsukamoto a construção deste complexo "é um importante passo para o desenvolvimento, não só do concelho de Nisa, mas para toda a região. E embora não seja um projecto isolado, conjuntamente com outros que temos, poderão trazer aqui o ambicionado desenvolvimento".
Um projecto para a região
Após concluídas as obras para o novo Complexo Termal da Fadagosa prevê-se que nos primeiros anos sejam criados 67 novos postos de trabalho directo, apenas no que diz respeito ao balneário e ao centro de internamento. A acrescentar a estes números poderão ficar assegurados todos aqueles gerados pela exploração do apart-hotel. Para além de que "poderão surgir muitos mais postos de trabalho como consequência da construção complexo, tanto a jusante como a montante", afirmou a autarca com base nos estudos de viabilidade realizados.
Para que este projecto se possa constituir decididamente como um importante núcleo dinamizador do desenvolvimento da região, a autarca considera ser ainda de extrema importância o desenvolvimento de determinadas vertentes da vida do concelho. Os operadores turísticos, de restauração e agentes de promoção cultural são tidos como primordiais para a materialização da qualidade de vida que se pretende associar a todo o concelho.
Segundo Gabriela Tsukamoto, as Termas da Fadagosa apresentam várias vantagens face a outras existentes no país, pois estão "numa zona privilegiada em termos de acessibilidades, para além de tudo o que o concelho tem para oferecer, como a paisagem magnífica (com 42 quilómetros de Tejo), o artesanato e a gastronomia".
O empreendimento, que promete "abrir as portas do concelho" a mais de 6500 visitantes por ano, tem o seu início previsto para o próximo mês de Maio e o seu término reservado para 2006.
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