Casa da Urra do vinho ao turismo, mas com poucos rendimentos

A Casa da Urra produz atualmente em média 70 000 mil litros de vinho por ano, mas apesar disso, o seu proprietário confessa que não tem muitos motivos para sorrir. “Neste momento, não há propriamente uma fonte de receitas, há uma manutenção. Vamos mantendo a herdade sem prejuízos mas não há fontes de receitas. O país não está para haver fontes de receitas facilmente”, lamenta Cândido Ferreira.

Apesar de não existir muito lucro no negócio da Casa da Urra, Cândido Ferreira está a pensar em investir no próximo ano na construção de uma adega na herdade. Considera mais seguro investir o seu dinheiro, ainda que adquirido numa outra área, em vez de o colocar numa instituição bancária. Como o próprio conta, “ganhei dinheiro noutra área e resolvi enterrá-lo no Alentejo em vez de o meter no banco. Eu considero que todo o banco sofre riscos em Portugal e portanto está bem enterrado em Portalegre”, conta Cândido Ferreira.

Apesar de todos os problemas monetários, os vinhos Casa da Urra são considerados no distrito de Portalegre, de excelência fazendo parte da oferta de inúmeros restaurantes. São também distribuídos por algumas garrafeiras portuguesas localizadas em Lisboa, Leiria e Porto e estão na rota das distribuições nacionais e internacionais sendo exportados para a Alemanha e a França.

O negócio começou quando Cândido Ferreira, médico nefrologista de profissão, adquiriu uma herdade já com algumas vinhas e como não as queria destruir decidiu preservá-las, pois entendeu que devia “estar no planeta terra para fazer coisas e não para destruir o planeta ainda mais do que o que ele já está destruído”.

O proprietário começou a produção do vinho Casa da Urra a 25 de Abril de 2007 e desde então o negócio tem aumentado gradualmente, tendo ainda participado num concurso na Croácia onde ganhou a medalha de bronze com o vinho de 2009.

A vertente do turismo surgiu mais tarde, em 2013, da vontade de construir uma casa própria “como precisava de fazer uma casa para mim tive de fazer uma para turismo, fui obrigado, mas não estou arrependido” disse Cândido Ferreira

Com o crescimento do negócio, o Cândido Ferreira foi plantando mais vinha e castas diversas entre as quais a trincadeira, a alicante bouchet, a touringa nacional, o aragonês, o alfrocheiro, o arinto, o antão vaz, o moscatel e a sirah.

Ver fotogaleria