Politécnico de Portalegre cria incubadora para empresas de tecnologia

A BioBip, uma estrutura incubadora de empresas de base tecnológica, foi inaugurada no dia do Instituto Politécnico de Portalegre, assinalado no dia 25 de novembro, e tem por finalidade acolher empresas de vocação tecnológica que estejam relacionadas com a oferta formativa do instituto.

Para o presidente do IPP, Joaquim Mourato, a inauguração desta estrutura representa “a primeira fase de um projeto mais amplo. Um Centro Tecnológico que queremos concretizar aqui em Portalegre.” Aquele responsável referiu que o vínculo à especialização da área das bioenergias nasce do empenho do professor Paulo Brito e do trabalho já desenvolvido na área por parte da ESTG, o que levou a que o IPP pretendesse criar todas as condições, tanto a nível de instalações como de instrumentos, para “tornar Portalegre o centro da bioenergia em Portugal”. Das novas ideias e do empreendedorismo nasce a empregabilidade, o principal objetivo de Joaquim Mourato: “o fundamental é que possamos criar emprego real. Essa é que é a grande matriz deste projeto.”

A BioBip foi criada a pensar na potencialização do empreendedorismo da região e na empregabilidade que gera. A sua área de foco é o desenvolvimento de bioenergias e empresas que tenham uma base tecnológica, passando por uma estratégia de futuro que ambiciona o “fomento do empreendedorismo, o contributo para a empregabilidade, o impulso para a capacitação do tecido empresarial, a fixação de recursos no interior do país e o desenvolvimento do território”, ideia vincada por Artur Romão, Coordenador Institucional do Gabinete de Empreendedorismo do IPP.

O que é a BioBip de Portalegre?

A BioBip é uma estrutura do IPP, dedicada a acolher e a auxiliar ao desenvolvimento de projetos de negócio na área da bioenergia, a projetos que tenham uma base tecnológica ou, ainda, em que possa haver o contributo por parte dos investigadores das diversas áreas de formação desta instituição académica.

Neste momento, a BioBip de Portalegre tem duas vertentes: a BioBip-In e o Centro de Bioenergia. A primeira tem duas formas de incubação de empresas: uma física e outra virtual. A das instalações físicas disponibiliza quinze gabinetes individuais para acolher o mesmo número de empresas, um espaço de coworking com capacidade para seis postos de trabalho e salas para formação, convívio e troca de ideias ou de refeição. Estes espaços são dedicados essencialmente a projectos de base tecnológica, podendo outros ser ali enquadrados, desde que viáveis. A forma de incubação virtual coloca o conjunto de recursos da BioBip à disposição dos projetos, sem que haja necessidade de se instalar no espaço físico.

A lógica de funcionamento é a de rotação. Os projetos, quando viabilizados, podem usufruir dos recursos de que necessitam, inerentes à Incubadora e ao IPP, por forma a iniciarem a sua atividade e desenvolvê-la o suficiente para ganharem uma autonomia e consolidação de mercado que lhes permita continuar por si próprios. O prazo máximo estipulado para a permanência no espaço é de três anos.

A outra vertente é o centro de bioenergia, que dispõe de uma série de equipamentos que visam o tratamento à escala semi-industrial de resíduos de biomassa, com um fim de reutilização para a produção de energia elétrica, bem como o estudo de amostragens com potencial energético. Para além de ser dedicado à investigação, tem também uma componente de aplicação que vai servir as necessidades da região, por via de projetos que lhes venham a suceder.

Uma terceira vertente, a desenvolver no futuro, é o FabLab. Um laboratório de prototipagem para impressão em 3D de materiais que serão complementares aos projetos que ali se encontrem.

Neste momento, segundo Artur Romão, a capacidade de espaço real está lotada em dois terços, o que com a forte adesão de projetos viáveis pode vir a fazer com que a lotação total seja rapidamente atingida; situação que, para o próprio, não irá impedir de viabilizar novos projetos, que sendo a lógica da incubadora a rotatividade, espera-se que as empresas que agora têm ali lugar e as que venham ainda a ter, criem as suas próprias condições autónomas de trabalho. Por outro lado, ainda que venha a acontecer uma lotação plena, o trabalho em rede desenvolvido permitirá que, através dos seus parceiros, sejam utilizados outros espaços que poderão aproveitar “subsidiariamente para acolhimento dessas ideias e desses negócios”, garantindo o mesmo que “a situação do imediato está devidamente equacionada, se a procura exceder e se mantiver a este ritmo”.