Apoio psicológico chega ao IPP

O Gabinete de Apoio Psico-Pedagógico do Instituto Politécnico de Portalegre começou a funcionar há três semanas. As psicólogas Maria da Assunção Sadio e Maria Emília Lourenço coordenam o novo serviço, que se propõe acompanhar e aconselhar os estudantes do politécnico a nível pessoal e escolar.

O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) tem em funcionamento, há cerca de um mês, o Gabinete de Apoio Psico-Pedagógico (GAPP), o primeiro serviço do género concebido de raiz e dirigido à comunidade académica local. Em processo de instalação desde Março passado, a nova estrutura visa o acompanhamento e aconselhamento dos alunos do politécnico, tarefas que eram, até aqui, asseguradas de modo informal por professores do instituto formados na área da Psicologia.

A acção do novo gabinete deverá incidir em três áreas principais. A primeira, orientada para a componente pedagógica, vai procurar direccionar esforços para o sucesso escolar do aluno, nomeadamente através do aperfeiçoamento da sua metodologia de estudo. Uma outra, mais ligada às problemáticas pessoais e relacionais, vai permitir um atendimento individual e um acompanhamento próximo ao aluno. A terceira vertente encontra-se voltada para a orientação vocacional do estudante, que Maria da Assunção Sadio e Maria Emília Lourenço, psicólogas que coordenam o serviço, reconhecem ser uma questão que persiste mesmo ao nível do ensino superior.

Ambas as responsáveis consideram ser ainda muito cedo para se fazer qualquer balanço relativo aos principais problemas que afectam os estudantes do politécnico em Portalegre. No entanto, admitem, se se mantiver a tendência que se vem registando noutros estabelecimentos de ensino onde este tipo de estruturas já existe há mais tempo, a dificuldade de adaptação de novos alunos deverá assumir-se como um dos problemas mais evidentes.

Ao trabalho de campo iniciado há dois meses deverão juntar-se em breve outros elementos de análise. “Ainda estamos na fase de instalação e não sabemos o que virá a fazer falta em termos de acções complementares. Brevemente vamos entrar em contacto com as escolas e com as associações de estudantes para saber, em conjunto, quais as iniciativas a planear. Mas já temos outras acções – mais básicas – que estão delineadas”, esclarece Assunção Sadio.

Neste contexto, a ligação às escolas é tida por Maria Emília Lourenço como “muito importante”, já que permite um contacto permanente com a realidade de cada uma e um relacionamento estreito com os docentes do IPP. Antes do surgimento do GAPP, era aos professores formados em Psicologia que os alunos mais recorriam quando tinham problemas relacionais ou pedagógicos e foi destes docentes que partiu a proposta de criação do gabinete.

Alunos ainda desconhecem

O facto de se tratar de um serviço recente e de a divulgação se limitar, por agora, a uma ligação no site institucional do IPP, leva a que a quase totalidade dos estudantes contactados pelo Portalegre Digital afirmem desconhecer o GAPP. É o caso de Alexandra Nunes, aluna do 3º ano do curso de Matemática e Ciências, na Escola Superior de Educação de Portalegre (ESEP), que “nunca tinha ouvido falar” do gabinete. Mas, garante, “se soubesse da sua existência teria recorrido a ele. Às vezes talvez sinta necessidade de um apoio porque estamos sempre debaixo de grande stress, com disciplinas, testes, tudo ao mesmo tempo. De vez em quando sentimos que precisamos de acompanhamento e ajuda para gerir isso tudo”.

Quem também não conhecia o GAPP é Vera Gonçalves, estudante do 4º ano de Design da Comunicação, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, talvez porque, até aqui, nunca teve “necessidade de recorrer a este género de serviços”. Mas acredita que pode trazer vantagens, sobretudo “apoio aos alunos em certos campos que não existiam até agora”.

Olga Martinho, por seu lado, diz ter tomado conhecimento da existência do gabinete logo no princípio do semestre, mas nunca recorreu ao GAPP. Aluna do 3º ano no curso de Animação Educativa e Sócio-Cultural da ESEP, já teve, anteriormente, “o apoio de uma professora de psicologia” da escola, embora defenda que “encontramos ajuda mesmo sem necessitar de recorrer aos professores”.