Câmara contesta encerramento da Casa de Reclusão de Elvas

Depois do Tribunal Militar, é a vez da casa de reclusão do Exército, em Elvas, ser encerrada. A decisão foi tomada pelo anterior governo. Outubro é o prazo dado para a desactivação do edifício militar. Mais de 60 famílias vão ser obrigadas a sair da cidade.

A Câmara Municipal de Elvas enviou recentemente uma moção ao Presidente da República e ao primeiro-ministro para lhes transmitir o seu descontentamento com a decisão do antigo governo de encerrar a Casa de Reclusão em Elvas.
De acordo com o presidente da edilidade, o socialista Rondão de Almeida, “ o comandante da casa de reclusão de Elvas recebeu um ofício do anterior executivo, mas com data de 21 de Fevereiro, a comunicar que o estabelecimento militar tinha que ser desactivado até final de Outubro”. “Trata-se de mais um golpe na história de Elvas”, acrescentou.

O autarca relembra que se esta decisão for concretizada “deixarão de trabalhar entre nós mais de 60 pessoas”, desde oficiais, sargentos e praças.
O presidente da câmara acusa, o governo PPD-PSD/CDS-PP de não ter informado a autarquia. “Só tive conhecimento do encerramento do edifício militar há uma semana atrás, por intermédio de uma pessoa amiga”, refere acrescentando que não entende a urgência da decisão nesta altura “quando este [o antigo governo] já se encontrava na condição de governo de gestão”.

De acordo Rondão de Almeida a autarquia reagiu de imediato à notícia. “No dia 23 de Março, a câmara convocou uma reunião ordinária e aprovou uma moção sobre o encerramento da casa de reclusão”. O autarca adianta ainda, “ que a moção já foi enviada, na semana passada, ao Presidente da Republica e ao Sr. Primeiro-ministro a fim de tomarem conhecimento do sucedido”. Neste momento a autarquia aguarda uma resposta do actual executivo. “Só espero que o governo tenha em atenção a importância dos serviços militares em Elvas e não encerre a casa de reclusão”.

A autarquia vai solicitar uma reunião urgente com o ministro da Defesa Nacional, Luís Amado, a fim de “tomar contacto com a realidade militar da nossa cidade e o seu impacto social, económico e cultural no concelho”, concluiu.