ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Desde Setembro que o hospital de Portalegre está sem cardiologistas. A administração já tentou tudo: anúncios nos jornais, concursos publicos. Nada resultou. Entretanto 900 utentes continuam à espera de uma consulta daquela especialidade.
O Hospital Dr. José Maria Grande, em Portalegre, está sem médico cardiologista há mais de seis meses. De acordo com o presidente da Administração daquela unidade de saúde, Fernando Pádua, “o hospital não tem médico cardiologista desde Setembro do ano passado. Tínhamos dois médicos ao abrigo das vagas de especialidade carenciadas mas em Setembro foram colocados no quadro do hospital Santa Maria, em Lisboa”.
Apesar dos vários esforços do hospital para contratar médicos cardiologistas, as vagas ainda continuam por ocupar. “Na tentativa de solucionar este problema já publicámos anúncios na imprensa, solicitámos ao ministério de saúde a abertura de novas vagas. Nós, inclusive, já realizámos concursos internos para esta especialidade mas as vagas ficaram desertas”, lamenta o responsável da unidade hospitalar.
“Neste momento está a decorrer um outro concurso interno e estamos a aguardar se haverá novidades”, acrescentou.
Até que a situação não se resolva, ao hospital de Portalegre tem valido a ajuda de outras unidades hospitalares.
“Temos tido apoio dos hospitais de Santa Cruz e Santa Marta, mas nenhum demonstrou disponibilidade em deslocar-se até Portalegre para ver os nossos doentes”, salienta Fernando Pádua, frisando que a ajuda dada por estas unidades hospitalares não é suficiente.
900 doentes aguardam consulta
“O hospital de Portalegre precisa de médicos cardiologistas”. Só em Portalegre, salienta, “existem mais de 900 doentes que aguardam por uma consulta”.
Fernando Pádua, adiantou ainda que “alguns dos doentes são reencaminhados pelos médicos de família para outras unidades de saúde e os casos urgentes que recebemos nas urgências são tratados pela medicina interna e sempre que necessário são reencaminhados”.
Segundo o administrador do hospital distrital de Portalegre “na manhã de 30 de Outubro recebi a promessa, por parte do secretário de Estado adjunto do ministro da saúde, da existência de uma cooperação entre alguns hospitais mas essa promessa não avançou”. Isto porque, explica Fernando Pádua, “nessa noite o presidente da República dissolveu o governo e ficámos descalços”.
Falta de condições de lazer e distracção
Já a administração regional de saúde do Alentejo (ARSA), garante que tem havido esforços da ARSA e do hospital distrital de Portalegre no intuito de solucionar o problema. Contudo, para a presidente do conselho de ARSA, Ana Rosa, “a falta de especialistas não só cardiologistas como oftalmologistas no interior do país deve-se sobretudo à ausência de condições de lazer e distracção característicos do Alentejo”.
Para Ana Rosa, a solução mais fácil para haver médico cardiologista no hospital de Portalegre, passa pela boa vontade dos cardiologistas do hospital Santa Marta.
“Há cerca de dois meses estabelecemos um contacto informal com um cardiologista do hospital Santa Marta que está a estudar a possibilidade de vir uma ou duas vezes ao hospital de Portalegre”, concluiu.
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