ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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150 lugares distribuídos por dois pisos a funcionar em regime provisório das 08 às 00 horas. Custo de 30 cêntimos por hora. São algumas das propostas do novo regulamento do parque de estacionamento subterrâneo da Corredora que abriu recentemente. Este mês ainda vai ser inaugurado outro espaço, mas os comerciantes dizem que o estacionamento em Portalegre continua a ser insuficiente.
Até ao final do mês haverá mais 300 lugares de estacionamento em Portalegre, depois da abertura na última semana do parque da Corredora, com capacidade para 150 veículos e da inauguração do parque subterrâneo de São Francisco, junto às instalações da fábrica Robinson, prevista para o final de Abril e que terá espaço para acolher mais centena e meia de automóveis.
De acordo com o vereador com o pelouro do trânsito e estacionamento da Câmara Municipal de Portalegre, Luís Calado, “o parque de estacionamento da Corredora já foi aberto ao público no passado dia 3, enquanto que o de São Francisco, apesar de já estar pronto, ainda não pode ser usufruido, devido ao incumprimento das obras dos acessos daquele nó [Ribeira do Baco]. Assim que essa pavimentação esteja concluída abriremos o parque.
Pretendemos fazê-lo até ao final deste mês”, garante.
Apesar do parque subterrâneo da Corredora já se encontrar aberto o autarca refere que “as pessoas ainda não se habituaram a ideia de que podem deixar o seu veículo no novo parque. Estou convencido que a médio prazo os portalegrenses vão aderir”, prevê. O motivo da fraca procura dos parques de estacionamento por parte da população, explica Luís Calado, “deve-se ao facto de durante esta fase de obras, que ocorreu um pouco por toda a cidade, o estacionamento tenha sido feito de uma forma pouco cívica mas, neste momento, terá que voltar à normalidade. Isto porque, os parques de estacionamento vão permitir que as pessoas estacionem sem necessidade de andarem a ocupar os passeios”.
Relativamente aos prejuízos provocados na população e nos comerciantes do centro histórico da cidade pelas obras sublinha que “tanto o parque da Corredora como o de São Francisco estão servidos pelo mini-bus que passam precisamente na Rua do Comércio e na Rua 5 de Outubro. E isso tem trazido bastantes pessoas àquela zona da cidade”, refere Luís Calado.
Falta de pessoal impede serviço 24 horas
Numa primeira fase o parque da Corredora não vai estar aberto 24 horas por dia, devido à falta de recursos humanos. “Nós inicialmente pensámos concessionar os parques mas depois essa ideia não vingou e, resolvemos ser nós a explorá-los. Neste momento não temos recursos humanos suficientes para que o parque funcione 24 horas. Isto porque as contratações públicas não são fáceis e carecem de tramitação burocrática", justifica aquele responsável dizendo ainda que "não tivemos tempo para recrutar todo o pessoal necessário”. Até que o problema da contratação de mais recursos humanos se resolva, o vereador Luís Calado, garante que a autarquia já pensou numa solução provisória. “Aproveitámos alguns funcionários que já trabalhavam para nós, fizemos também contratações directas”, diz frisando que ainda são precisos mais três funcionários.
Actualmente o parque abre às oito horas e encerra às zero horas.
Quanto aos preços, a primeira hora terá um custo de 30 cêntimos, a segunda 80, a terceira um euro e quarenta, e a partir da quarta hora, o custo está apontado para os dois euros. O projecto de regulamento dos parques de estacionamento, prevê, segundo a autarquia, que 40 por cento dos lugares sejam destinados a lugares mensais. O cartão mensal, ainda não disponível, é de 50 euros. Luís Calado chama a atenção da população para a possível alteração das taxas. “Nós estamos a aplicar os tarifários iguais aos que temos à superfície. Como disse, isto foi uma solução dotada para a superfície porque a nossa intenção é aprovar agora uma tabela de taxas diferentes, cuja unidade máxima será de quinze minutos, de acordo com uma directiva que foi apresentada no dia do consumidor, há dez dias atrás e, que consiste, em cada 15 minutos o valor a pagar é 15 cêntimos. Estas taxas dizem respeito aos dois espaços”, esclarece adiantando que “no final do mês, a nova proposta de taxas a aplicar, será apresentada em reunião de assembleia municipal e, se for aprovada, passará ao período de discussão pública, onde estaremos abertos a sugestões por parte da população. E, se tudo correr dentro da normalidade, prevemos aplicar as novas taxas a partir de Junho”, diz.
Novos projectos em discussão
Para além da abertura destes dois parques de estacionamento, a autarquia prevê a criação de dois novos espaços. “Temos também a pretensão de fazer mais dois parques de estacionamento cobertos nomeadamente no largo Serpa Pinto, em frente ao arquivo distrital, e um outro que poderá vir a nascer na actual rodoviária”, adiantou Luís Calado.
Questionado sobre os prazos de execução destas obras, aquele responsável explicou que “o projecto na actual rodoviária foi feito no âmbito do projecto Polis só que não tem condições de ser implementado até que seja construída uma nova central de camionagem.
Relativamente ao outro projecto neste momento já temos estudos geotécnicos, que nos mostraram que aquele terreno não é rocha, como tal poderá ser equacionada a construção do parque de estacionamento naquela zona. A fase seguinte passa pela elaboração do projecto”, finaliza.
Apesar de terem sido criados novos lugares, o problema do estacionamento não deverá ainda ficar totalmente resolvido. “Não creio de todo que o problema dos parque de estacionamento em Portalegre fique resolvido. O ideal seria que cada pessoa tivesse um espaço junto à sua área de residência”, disse o autarca. “Hoje em dia quando se faz novos loteamentos, novos bairros, isso já está tudo previsto. O caso da zona histórica é um caso concreto porque as ruas são estreitas e não foram pensadas para a quantidade de automóveis que diariamente ali passam. De um modo geral, acho que não vai resolver a cem por cento mas vai dar um grande contributo na melhoria e na qualidade de quem precisa estacionar na cidade”, sustentou Luís Calado.
A solução passaria “pela criação de mais parques de estacionamento, pela contratação de mais mini-autocarros eléctricos, porque não poluem o ambiente e as pessoas podem apanhá-lo em qualquer sítio e não têm uma paragem fixa”, sugeriu.
Estacionamento insuficiente
António Jesus, proprietário da cervejaria e restaurante "A Tasquinha", considera que o estacionamento continua a ser insuficiente. “As pessoas também não nos visitam porque não têm um lugar onde possam deixar o carro enquanto vão às compras”, lamenta.
Já o representante dos associados, Francisco Silva, relembra, que a zona “Baixa” da cidade vai ficar saturada e um parque de estacionamento para aquela zona é pouco. "Estamos a falar de uma das artérias se não a mais movimentada da cidade. Estacionar actualmente na baixa da cidade já é um problema”, sublinha.
De acordo com o comerciante, depois da mudança da câmara, o estacionamento na zona envolvente das novas instalações acabou-se. "As pessoas deixam de nos visitar porque não têm onde estacionar”, afirma.
A solução, diz Francisco Silva, poderia passar pela “criação de parques de estacionamento pagos e arrumados onde na primeira hora os utilizadores pagariam um preço simpático, no segundo tempo um preço menos simpático e, a partir da terceira hora um preço mais elevado, de modo a garantir que as pessoas, que se deslocam à cidade, tenham um lugar para estacionar”.
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