ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Com mais de uma dezena de obras publicadas, Germano Almeida não se reconhece como escritor mas sim como um contador de estórias. Um das suas obras, “O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo”, foi galardoado com o 1º Prémio do Festival de Cinema Latino-Americano de Gramado, no Brasil. Foi igualmente distinguido com os prémios para o melhor filme e melhor actor no 8º Festival Internacional Cinematográfico de Assunción, no Paraguai.
O escritor caboverdeano, Germano Almeida, lançou recentemente na Biblioteca Municpial de Portalegre o seu mais recente livro intitulado “Eva”.
Durante a apresentação da obra, Severino Coelho, da Editora Caminho, referiu que se trata de um livro que aborda um outro tipo de literatura, “que não tem nada a ver com a emigração ou fome”, temas muito abordados por alguns escritores caboverdeanos, “mas sim com outra realidade: o pós independência” “Eva”é um romance muito engraçado, interessante, profundo bem ao estilo do escritor pois, retrata as relações amorosas complexas entre as pessoas. Diverti-me imenso ao ler esta obra”, Confessou Severino Coelho.
O autor de Eva não partilha da mesma opinião das pessoas que se referem às suas obras como tratando-se de romances. “Eu não sou escritor, sou um contador de estórias. Só escrevo nas horas vagas, para me divertir”, disse Germano Almeida. “É muito difícil dizer quando comecei [a escrever], mas tornei-me contador de estórias pelo intuito da preguiça”, referiu o autor.
Um triste episódio, passado na sua terra natal, Boa Vista, ajudou-o a desenvolver esse gosto pela escrita. “Quando tinha os meus 14 ou 15 anos, aconteceu uma tragédia e nela morreram mais de uma dezena de pessoas. Essa quantidade de mortos aterrorizavam-me e daí pensei, se escrevesse sobre isso, talvez me libertasse”. E assim aconteceu, nunca mais parou, escrevendo com mais afinco “na tropa, em Angola”. “Nos meus livros conto sempre histórias da nossa realidade social, gosto de dar Cabo Verde a conhecer”, acrescenta o autor.
O presidente da Câmara Municipal, de Portalegre considerou tratar-se de “mais uma excelente obra” de Germano de Almeida. Mata Cáceres anunciou durante a cerimónia que Portalegre e a sua congénere de São Vicente estão mais próximas. “Vamos tentar reforçar os laços de cooperação que temos vindo a sedimentar com a cidade do Mindelo”. Aproveitou a oportunidade para convidar a presidente de Câmara de São Vicente, Isaura Gomes para as festas da cidade a realizar em Maio.
Germano Almeida nasceu na ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1945. Licenciou-se em Direito em Lisboa e exerce actualmente advocacia na cidade do Mindelo. Estreou-se como contista no início da década de 80, colaborando na revista Ponto & Vírgula. A sua obra de ficção representa uma nova etapa na história literária de Cabo Verde.
Está publicada em Portugal pela Caminho e começa a despertar interesse no estrangeiro, nomeadamente o romance “O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo”, do qual vários países compraram os direitos, encontrando-se já publicado no Brasil, na Itália e França. O filme baseado nesta obra “O Testamento do Senhor Napumoceno” foi recentemente galardoado com o 1º Prémio do Festival de Cinema Latino-Americano de Gramado, no Brasil. Foi igualmente distinguido com os prémios para o melhor filme e melhor actor no 8º Festival Internacional Cinematográfico de Assunción, no Paraguai.
Para além de “ Eva” a obra desde escritor caboverdeano inclui ainda, “O Meu Poeta”, “A Ilha Fantástica”, “Os Dois Irmãos”, “Estórias de Dentro de Casa”, “A Família Trago”, “Estórias Contadas”, “Dona Pura e os Camaradas de Abril”, “O Dia das Calças Roladas”, “As Memórias de Um Espírito”, “O Mar de Laginha”, “O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo”.
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