ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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“Há uma frase de Strauss que descobri, que me marcou profundamente: “o que é isto da Arte?”, ou seja, o que é o mais importante da música, é o ser-se erudito, um “rococó”, ou é chegar aos corpos das pessoas e transformá-las em almas dançantes?”. Esta questão, lançada por Fátima Reis, está no centro da peça de teatro coletiva intitulada “Strauss Dança?”, que lançou uma série de eventos em destaque nos próximos meses no Centro de Artes do Espetáculo (CAEP), evocativos do 172º aniversário do nascimento do compositor Johann Strauss filho, um dos expoentes da grande dinastia austríaca de músicos.
No dia 25 de outubro, esta efeméride começou com a apresentação no Grande Auditório de “Strauss Dança?”, uma recriação em tom divertido e leve da época e dos seus costumes, dirigida por Fátima Reis, que tem como base o improviso da situação, das várias cenas que a compõem, e engloba no seu elenco alunos de todas as escolas da cidade, desde o ensino básico e secundário.
Fátima Reis, professora de teatro e uma atriz já com muitos anos de palco, confidencia-nos que o maior desafio para elaboração da peça foi o “haver pouca informação sobre Strauss, tirando o básico que existe na internet. Mas o que o definia, a sua alma, o seu caráter, não se encontra aí, e sobre essa parte dele, a sua personalidade, encontrei muito pouca informação”. Finalmente, diz-nos a atriz, “depois de vários meses de pesquisa e reflexão, cheguei à conclusão que Strauss, que é considerado pelos eruditos como música clássica “light”, ainda consegue fazer vibrar as crianças e os jovens, tanto os atores como os espetadores. E se eles aderem às suas valsas, mesmo sendo ele “light”, então vale a pena ser considerado um compositor “menor” no mundo da música clássica”.
Iniciativas prosseguem dia 14 de novembro
O trimestre de atividade dedicado ao grande compositor austríaco conclui em 14 de novembro, com a aula didática “À descoberta de Strauss”, em parceria com a Escola de Artes do norte Alentejo, e direcionada para um público infanto-juvenil.
Clotilde Baptista, uma das responsáveis do serviço educativo do CAEP, refere que a escolha recaiu em Strauss por “este ser um compositor célebre e conceituado, que muitas crianças conhecem através dos habituais concertos de ano novo e das suas valsas, mas seria interessante dá-lo a conhecer aos jovens, no âmbito do nosso serviço educativo, de uma forma mais pessoal e desconhecida”.
Para esse efeito, as diversas artes de palco escolhidas são fundamentais: “o teatro, porque ensina factos sobre a vida e a obra de Strauss de uma forma lúdica e descontraída; a aula didática, mais abrangente e direcionada para a música, e o cinema, uma arte universal, que chega a todo o público”.
Questionada sobre a recetividade a estas iniciativas e temáticas futuras para as mesmas, Clotilde Baptista confessa estar “contente com a recetividade do público à peça de teatro, que excedeu as nossas expetativas, com mais de 500 espetadores confirmados já. A ideia no futuro é continuar esta experiência, com outros compositores de música clássica, em 2013, neste formato com vários géneros artísticos, ou noutros que se enquadrem no tema e no compositor”.
O legado musical da família Strauss está ainda indelevelmente ligado a alguns dos melhores momentos do CAEP, já que o seu Grande Auditório esgotou várias vezes nos últimos anos para receber o Grande Concerto de Ano Novo, com a participação dos músicos e dançarinos da Strauss Festival Orchestra e do Strauss Festival Ballet Ensemble, que deslumbraram com as composições mais famosas dos Strauss, entre as quais “A Valsa do Imperador” e da “Marcha Radetzky”, que termina sempre os seus concertos, ao compasso com as palmas do público.
Ver fotogaleria: http://www.slideshare.net/esepjornal/festival-strauss-no-caep
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