ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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A pouca oferta de programas sobre ambiente nas televisões europeias e a necessidade de denunciar problemas relacionados com o meio ambiente foram algumas questões abordadas no debate sobre "Jornalismo Ambiental" que decorreu na ESEP.
“Actualmente, assiste-se a um desinteresse por esta disciplina -jornalismo ambiental-, no entanto, as questões ambientais nacionais e internacionais possuem grande interesse e peso na sociedade”. Foi desta forma que o jornalista da RTP, Pedro Oliveira iniciou a sua apresentação no debate sobre Jornalismo Ambiental que decorreu recentemente na ESEP no âmbito das Jornadas da Comunicação Social.
O autor do programa "Planeta Azul" em exibição na televisão pública,referiu que "o principal objectivo do jornalismo ambiental é dar uma visão abrangente e multidisciplinar das questões do ambiente, salientando que para se fazer jornalismo ambiental é fundamental estar em contacto directo como o ambiente. “É preciso ter o prazer de trabalhar ao ar livre, de sair da própria casca, calçar as botas e ir aos sítios”.
António Marques, repórter do programa da RTP “Planeta Azul” mostrou a seu desagrado em relação à crise que a Europa atravessa, o que faz com que “haja cada vez menos programas de televisão sobre ambiente”.
Os jornalistas frisaram ainda que não começaram, por trabalhar em jornalismo ambiental, mas que o interesse pelo meio ambiente foi crescendo ao longo do tempo devido aos graves problemas e às actividades nocivas, como o tráfico de animais ou a extracção de areias, aos quais a sociedade atribui um menor valor.
Uma das questões que mais se levantou por parte do público, referiu-se ao facto de para se fazer jornalismo ambiental ser preciso especialização nessa área.
"A especialização é a vocação para entender a situação, investigar e falar com os especialistas”, considerou Pedro Oliveira, insistindo que no currículo académico dos cursos de comunicação social, como em muitos outros, deveria existir uma componente disciplinar orientada para as questões ambientais.
No que diz respeito à sensibilização das pessoas para o tema do ambiente, por parte dos jornalistas, Pedro Oliveira referiu ser a defesa do ambiente “um direito e um dever de todo o cidadão, acrescentando que os jornalistas não devem incutir nas pessoas o interesse pelo ambiente, “temos o dever de retratar os problemas a partir do mínimo senso comum, mostrar só a verdade, e a partir daí, só depende da consciência das pessoas”.
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