ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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São cada vez mais as novas superfícies comerciais a abrir em Portalegre. Só no mês de Outubro foram inauguradas duas. Para breve está prevista a abertura de outra. Situação que está a deixar preocupados os comerciantes, que falam em quebra de vendas na ordem dos 50 por cento.
Os comerciantes do comércio tradicional de Portalegre estão contra a abertura de novas superfícies comerciais de grandes dimensões e a ampliação de outras já existentes na cidade. Francisco Silva, presidente da Associação Comercial de Portalegre, garante que os seus associados estão a passar por graves dificuldades. “Há comerciantes que, neste momento, estão a ter decréscimos de facturação na ordem dos 50%”.
Só no mês de Outubro foram inaugurados um Max Mat, hiper de material de construção, um Vetimarché, hipermercado de roupa e acessórios e, em breve está prevista a abertura de uma nova superfície. Trata-se do L’eclerc, cujo pedido de licenciamento já foi autorizado. “Já havia sido aprovada a primeira fase do projecto e, há aproximadamente dois meses, foi dado luz verde à segunda parte”, esclarece Francisco Silva.
Com uma área de 2548 metros quadrados, este novo espaço será composto por duas partes, a alimentar e a não alimentar. A partir do momento da aprovação os executores têm um prazo de dois anos para fazer a obra.
Mas a lista de licenciamentos para o distrito de Portalegre não se restringe a estas duas superfícies. A abertura de um Mini-Preço, com 112 metros quadrados, na freguesia da Sé, em Portalegre, um Intermaché em Ponte de Sôr, que deverá ter 994 metros quadrados são outros dois projectos que já foram apresentados às entidades competentes.
“Apesar do projecto para a abertura do Mini-Preço ter sido reprovado, continuamos preocupados e atentos, porque estamos convictos que em breve será apresentado um novo projecto e, aí então, será mais uma superfície comercial a contribuir para o fim do pequeno comércio ”, explica aquele responsável.
Ampliação de instalações
Há pouco tempo o Bricomarché viu aprovado o seu pedido para aumentar a sua área de 1300 metros quadrados para 1660 e, o Intermarché para passar de 1300 para 1550 metros quadrados.
“A associação está contra a abertura destes novos espaços porque entende que não faz sentido que haja tanta superfície comercial para uma cidade que tem apenas 20 mil habitantes”, refere Francisco Silva frisando que “há comerciantes com decréscimos de facturação na ordem dos 60% relativamente há dois anos”.
Para travar a concorrência desenfreada das grandes superfícies comerciais os associados locais pedem ajuda à autarquia e exigem novas medidas de protecção que “sejam favoráveis para os comerciantes mas que, não prejudiquem os cidadãos”.
A solução poderia passar, “pela proibição efectiva de abertura das lojas aos domingos, pelo incentivo ao pequeno comerciante para a reabertura das pequenas lojas de bairro e pela criação de mais parques de estacionamento”, sugere Francisco Silva.
Já a autarquia responde, por sua vez, que “o papel da câmara neste processo passa somente pelo licenciamento das obras de construção dos novos espaços. Ou seja, compete a nós verificar se as superfícies comerciais cumprem ou não com os requisitos exigidos pela lei em vigor”, esclarece o vereador com o pelouro do licenciamento de estabelecimentos, Luís Calado.
Questionado sobre a quebra das vendas por parte dos pequenos comerciantes, o presidente da associação comercial justifica argumentando com “a crise que o país atravessa, o aumento do desemprego e, por fim, fruto das obras que estão a decorrer na cidade no âmbito do programa Polis”.
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