ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Alimentação saudável e prática regular de exercício fisíico é a receita que se pretendeu passar durante o mês de Maio, que foi dedicado ao coração. Medir a tensão e controlar o colesterol são outras medidas a tomar para começar a dimunuir os números da principal causa de morte em Portugal.
O Alentejo é a região do país onde se verificam os índices mais elevados de pessoas com hipertensão. Este é uma das principais conclusões do recente Estudo Nacional de Hipertensão. O sexo masculino apresenta 57% de casos de hipertensão e as mulheres 43%, números considerados muito graves, uma vez que a média nacional é de 43% e, já um factor de preocupação para a classe médica portuguesa.
“O Alentejo tem tradições alimentares ricas em gorduras e enchidos”, frisou Miguel Ribeiro, médico cardiologista do hospital Distrital de Portalegre, daí estes números não terem surpreendido o especialista.
Existem outros factores propícios a problemas cardíacos nomeadamente o sedentarismo, a obesidade, os diabetes, o colesterol, o tabagismo, para além da hipertensão que é responsável por 40% dos ataques cardíacos.
Todos estes problemas de saúde podem ser prevenidos, aliás, a prevenção é mesmo o melhor remédio. Uma alimentação saudável à base de alimentos com baixo teor de gorduras, exercício físico regular, check-ups frequentes e controlo de peso são algumas das medidas essenciais para um coração saudável.
“As pessoas estão pouco sensibilizadas para a importância da prevenção”, referiu Miguel Ribeiro, daí a importância das iniciativas que compõem Maio - Mês do coração.
O médico cardiologista lamenta que estas actividades só se realizem nos grandes centros urbanos, “o estudo nacional de hipertensão é a prova viva que o interior e, em especial o Alentejo, precisam urgentemente de informação e sensibilização”.
A morte súbita é a face mais visível e mediática dos problemas cardíacos. Nos países industrializados a morte súbita representa metade dos óbitos de origem cardíaca e, apenas 5% dos doentes são reanimados com sucesso. O mais assustador da morte súbita é que é o primeiro e, o último aviso de doenças coronárias, o que faz das medidas de prevenção o maior trunfo que qualquer pessoa tem para se precaver.
Miguel Ribeiro, realçou ainda outro problema da morte súbita. “A maioria dos doentes que virão a sofrer morte súbita não são identificados como doentes de risco, daí não tomarem precauções”, o que faz disparar os números.
Os números da doença
Em 2001 morreram, aproximadamente, 41 mil portugueses de doenças cardiovasculares, cerca de 19500 homens e 21500 mulheres. Estes dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram uma face desconhecida desta doença: as mulheres morrem mais de doenças do coração. Esta maior incidência de complicações nas mulheres deve-se ao facto de “as mulheres serem, em média, mais idosas do que os homens quando são atingidas por este tipo de doenças e, Portalegre não é excepção”, frisou o cardiologista Miguel Ribeiro.
Segundo os últimos dados estatísticos, cerca de 98,2% dos portugueses conhecem a importância do exercício físico, mas apenas 30% afirma praticar regularmente exercício. Para a maioria da população os tempos livres são sinónimo de ver televisão, ir ao cinema ou outras actividades pouco activas.
É por causa dos hábitos sedentários que há um número crescente de jovens obesos e com problemas cardíacos cada vez mais cedo.
Como reconhecer os sintomas
Os primeiros sintomas de aproximação do ataque cardíaco podem ser tão leves que o doente pode ser tentado a ignorá-los. É importante saber reconhecê-los, pois está provado que o tratamento atempado aumenta as hipóteses de recuperação em caso de ocorrência de um ataque. Os sinais mais frequentes do ataque cardíaco são os seguintes:
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