ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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O Banco Alimentar Contra a Fome de Portalegre conseguiu recolher, durante o passado fim-de-semana, 33 toneladas e 300 quilos de alimentos. Os alimentos vão começar a ser distribuídos pelas instituições a partir de hoje.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Portalegre fez este fim-de-semana uma recolha de 33 toneladas e 300 quilos de alimentos. Um número satisfatório para José Bacharel, Presidente do Banco Alimentar de Portalegre. Os alimentos começam a ser distribuídos hoje.
Luís Bacharel refere que “aquilo que nós damos é claramente muito insuficiente para o que as pessoas precisavam”. A distribuição dos alimentos é feita de forma a que ao longo de cada mês e do ano seja assegurada a distribuição. “Esta não é concentrada por um período qualquer e preocupamo-nos para que a distribuição seja o mais homogénea possível. Tentamos dar mais ou menos o mesmo por mês”, explica o responsável.
Ao longo do ano cada instituição, no total 42 que têm protocolo com o Banco Alimentar, tem um dia do mês para ir buscar aquilo que corresponda ao número de pessoas que apoiam.
As campanhas efectuadas a nível nacional pelo Banco Alimentar são sempre duas por ano. “Uma num fim-de-semana de Maio, às vezes era o primeiro fim-de-semana. O ano passado e este ano vai ser no último fim-de-semana de Maio. A próxima será nos dias 27 e 28 de Maio e sempre no último fim-de-semana de Novembro, por isso coincidiu com o fim-de-semana passado. A menos que haja algum motivo especial, só se fala no banco alimentar nestes dois períodos, que coincide com a preparação das duas campanhas”, explica José Bacharel.
“A recolha dos alimentos é feita em todas as superfícies comerciais do distrito onde o Banco Alimentar tem capacidade para estar”, informa o presidente.
Estas duas campanhas feitas a nível nacional são denominadas de “Campanha Saco”. “As pessoas vão, têm um saquinho e põem nele os alimentos que tencionam e dão-nos”, esclarece José Bacharel. Os sacos utilizados durante a campanha são mais tarde recolhidos pela Valonor e levados para reciclar.
A recolha contou com a colaboração dos escuteiros de Portalegre distribuídos por todos os hipermercados do concelho de Portalegre, desde o Pingo Doce, Modelo e Lidl. No entanto, esta acção expandiu-se também por todos os supermercados de Monforte, Elvas, Nisa abrangendo todo o distrito de Portalegre” refere Ana Monteiro. “A recolha de alimentos nesta altura do ano deve-se à época natalícia, ao espírito solidário e também para apelar às pessoas a importância de uma pequena ajuda, que faz toda a diferença.” frisa Ana Monteiro, do agrupamento de Escuteiros. “É engraçado que as pessoas que mais têm pouco dão e não colaboram muito nestas campanhas. Por outro lado, as pessoas que têm pouco vão sempre ajudando já que sentem na pele as dificuldades” acrescenta a chefe do agrupamento de escuteiros de Portalegre. Todos os produtos alimentares “viajam” para o armazém sediado na antiga Fábrica das Tapeçarias. Posteriormente há todo o processo de organização dos bens alimentares. “Desde o armazenamento à execução de lotes que depois são enviados para as instituições para serem distribuídos pelas famílias mais necessitadas” explica Ana Monteiro.
Campanha ainda decorre
“A par destas duas campanhas do Banco Alimentar, a nível nacional, decorre no mesmo período mas prolongando-se por uma semana, uma outra campanha que é menos conhecida. As pessoas às vezes até nem se apercebem. Esta chama-se ‘Campanha Vale’ e tem início no mesmo dia que a ‘Campanha Saco’. Portanto desde sábado passado e durante toda esta semana até domingo esta campanha encontra-se a decorrer por todo o país. Esta campanha decorre apenas nas grandes cadeias [de supermercados]”, acrescenta o presidente.
Esta campanha que se encontra ainda a decorrer é feita na sequência de um acordo a nível nacional entre as administrações destas cadeias de supermercados e a federação dos bancos alimentares. Esta federação é a associação dos vários bancos regionais.
“Cada cadeia faz os seus vales, distribui pelas suas lojas em todo o país e as pessoas que vão a uma destas lojas durante este período, desde sábado passado até domingo que vem, junto às caixas têm uns papelinhos que ‘valem’ um determinado produto. Na altura paga-se o vale, este é recolhido e depois daqui a três ou quatro meses tudo aquilo que for recolhido nesta campanha no âmbito do distrito de Portalegre vem de Lisboa”, explica Luís Barachel.
Esta campanha tem como vantagem ser menos poluente, não existem sacos e é também mais cómoda porque os alimentos quando chegam já vêm separados e pesados. Só é necessário arrumá-los. A desvantagem é que sendo menos conhecida os valores obtidos não se comparam aos da outra campanha, que são muito inferiores.
Apesar da crise ainda há quem seja solidário
Analisando os números obtidos nas campanhas anteriores este ano foi um dos que se registaram valores mais elevados. “Nunca tínhamos obtido este valor, mas este só foi obtido graças a uma junta de freguesia que, só ela nos deu uma tonelada de alimentos, se descontarmos essa tonelada de alimentos o valor que tínhamos obtido será inferior ao de Novembro do ano passado”, afirma Luís Bacharel.
Este é um bom exemplo que o presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Portalegre gostaria que fosse repetido por outros lados pois seria uma forma de ajudar o banco alimentar nestas campanhas e de dar um salto no número de recolhas.
Nestes tempos tem-se mantido mais ou menos os valores sendo que, a campanha de Maio é sempre inferior à de Novembro.
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