Juventudes partidárias: escolas de liderança

Quem são os líderes das juventudes partidárias do distrito de Portalegre? O que fazem para dinamizar as “jotas”? Quais as suas preocupações políticas? O Esep jornal Digital foi falar com Bruno Bagina (Juventude Comunista Portuguesa), Tozé Baptista (Juventude Popular), Paulo Costa (Juventude Social Democrata) e Luís Testa (Juventude Socialista).

«Os jovens são extremamente sensíveis à política»

Nome: Luís Testa
Idade: 24
Cidade: Lisboa
Curso: Direito
Livro: O Processo- Kafka
Grupo: Pink Floyd
 

A experiência e envolvimento acumulados permitem a Luís Testa traçar uma definição precisa da organização que dirige, «A JS é uma estrutura que funciona com lógicas concelhias, com dinâmicas próprias em cada concelho o que nos permite estar mais atentos aos novos propósitos e sentir de perto os problemas». O combate à interioridade é desde há muito tempo ponto chave da JS, por isso Luís Testa defende a «angariação de novas populações que possam trazer mais valias, nomeadamente, um incremento do investimento económico e social». E porque a política não se faz só na assembleia, mas também nos clubes, nas associações juvenis, nas empresas, este líder defende que mais do que nunca «a política tem de se saber adaptar aos jovens, a uma nova forma de fazer política». É também nos jovens que deposita toda a confiança quando diz « Os jovens são extremamente sensíveis à política, são mais cultos e mais participativos do que há 20 anos atrás». Problemáticas ligadas ao ensino superior, à solidariedade social, toxicodependência e aborto encabeçam muitas das lutas da JS e demonstram a “preocupação pela pessoa humana”, considerada por Luís Testa como questão essencial. No que se refere às outras jotas, não tem dúvidas: «Não vou ser hostil às pessoas por serem de cor diferente da minha, até porque a minha validação política só faz sentido se eu reconhecer que existem outros caminhos». A proximidade do congresso nacional obriga a um abrandamento nas actividades da JS, que conta já com o acampamento do próximo mês de Agosto, «como ponto de partida para o convívio, a reflexão política e social e principalmente das práticas», refere.

«O Partido Popular é o que dá mais atenção à juventude»

Nome: Tozé Baptista
Idade: 21
Cidade: Lisboa
Curso: Direito
Livro: Alentejo Saqueado- Jorge Morais
Grupo: Xutos e Pontapés

O curso de Direito em Lisboa não impede Tozé Baptista de organizar as actividades da juventude popular do distrito de Portalegre. Eleito no dia 11 do passado mês de Maio, ruma agora no sentido de “passar a ideia do partido”. "De todos os partidos políticos o Partido Popular é o que dá maior atenção à juventude e como tal tenho apenas que continuar a valorizar essa ideia», afirma. Admite que Portalegre seja ainda um distrito “muito parado” mas acredita que através dos jovens pode inverter essa tendência. «A Juventude Popular pretende dinamizar Portalegre realizando actividades para os jovens que desenvolvam ao mesmo tempo a cultura alentejana». Popular e mais acessível às pessoas, é o que caracteriza o PP, pelo menos na óptica do líder distrital para quem a defesa dos valores tradicionais e nacionais é uma preocupação constante. Define a JP como dinâmica e cultiva “uma boa relação” com a JSD. Nos planos futuros para a cidade, e a pensar essencialmente na juventude está a “renovação do teatro e do cinema”, tarefas muito mais fáceis a contar com o líder nacional. «Tenho uma boa relação com o partido em Lisboa e posso ajudar muito Portalegre».

«A política tem uma má imagem»

Nome: Bruno Bagina
Idade: 22
Cidade: Portalegre
Curso: Engenharia Eletromecânica
Livro: Primavera Silenciosa- Raquel Welch
Grupo: Rage Against the Machine

Se tivesse que “conjugar” a Juventude Comunista Portuguesa de Portalegre numa palavra, Bruno Bagina, atribuir-lhe-ia o verbo “construir”. A convicção e prontidão à pergunta do Esep Jornal Digital acaba por reflectir-se nos planos deste líder para a juventude. «A nossa organização estabelece pólos distintos de intervenção, áreas específicas, por exemplo no ensino secundário debatemo-nos com o problema dos transportes e tentamos intervir com as associações de estudantes e a nível universitário temos várias frentes de combate: o alojamento, as saídas profissionais, o estatuto de trabalhador estudante entre outros». A recente e aguerrida luta com a JSD reflecte-se na opinião de Bruno Bagina quando afirma que "a política tem uma má imagem".

«Uma boa relação com as outras jotas é importante e salutar»

Nome: Paulo Costa
Idade: 23
Cidade: Portalegre
Curso: Contabilidade e Auditoria
Livro: Exortação aos Crocodilos- António Lobo Antunes
Grupo: Xutos e Pontapés

É por esta razão que Paulo Costa quer “gerir” mudanças dentro da JSD. « Se cultivarmos a simpatia de modo a atrair a atenção das pessoas, penso ser mais fácil falar com elas e debater novas ideias», afirma. É com esta certeza que vai tentar gerir a JSD e combater a ideia de que «os jovens só fazem disparates», acrescenta. Dinamizar o distrito através de uma série de iniciativas que envolvem a cultura e o desporto, mas acima de tudo que tenham como principal preocupação a desertificação são as prioridades da JSD em Portalegre. "Debatemo-nos muito com o problema da desertificação, vamos mais fundo nessa questão tentando encontrar soluções para que os jovens vejam Portalegre como uma aposta de futuro", defende. Colóquios, acções de formação e debates fazem parte de algumas actividades já realizadas, a par de outras de indôle desportiva a realizar em breve. Segundo Paulo Costa uma organização política “nunca se pode definir numa palavra”, prefere falar em “vontade de trabalhar e dinamismo” para caracterizar a JSD e acredita que um bom relacionamento com as outras jotas só pode beneficiar o distrito, «Uma boa relação com as outras jotas é importante e salutar».