ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Uma grávida abortou no caminho de Elvas para Portalegre, no dia em que o Ministério da Saúde encerrou a Maternidade de Elvas e o Tribunal de Castelo Branco a reabriu. A grávida foi transportada pelos Bombeiros Voluntários de Elvas, mas na ambulância só seguia a parturiente, uma amiga e o bombeiro que conduzia o veículo.
Uma grávida residente em Elvas abortou, segunda-feira ao final da tarde, quando estava a ser transportada do Hospital de Santa Luzia de Elvas (HSLE) para o Hospital de Portalegre por uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Elvas, no dia em que o Ministério da Saúde encerrou a Maternidade de Elvas.
Segundo informou o Hospital de Elvas, em comunicado, a mulher de 21 anos foi admitida nos serviços de urgência desta unidade às 17h47, com gravidez de 24 semanas e era seguida pelo seu médico assistente exterior ao HSLE. No momento da admissão a jovem apresentava dores moderadas.
Às 18h00 foi transferida para o Hospital Dr. José Maria Grande de Portalegre, que segundo o comunicado, “na rede nacional, de acordo com a requalificação dos serviços de Urgência peri natal, constitui o serviço de apoio à população de Elvas, para as situações não emergentes”.
José Cardoso, o bombeiro responsável pelo transporte da grávida referiu que saiu “do quartel para efectuar o serviço às 18h10, cheguei à unidade hospitalar, perguntei quem era a doente, perguntei se ia algum enfermeiro e disseram-me que não”. O que aconteceu no caminho foi que “perto de Portalegre, antes de chegar a São Tiago, a rapariga começou a ficar com dores muito mais fortes”, contou José Cardoso.
O bombeiro afirma que demorou “cerca de 45 minutos de Elvas a Portalegre”. No comunicado do HSLE é referido que a grávida foi recebida no Serviço de Urgência do Hospital de Portalegre às 19h07 “com diagnóstico de gravidez de 24 semanas em período expulsivo, ficando internada no Serviço de Obstetrícia do mesmo hospital”. A expulsão do feto ocorreu às 00h20 de terça-feira.
Grávida transportada sem acompanhamento especializado
Na ambulância que fez o transporte para o Hospital de Portalegre seguia apenas a grávida, o bombeiro e uma amiga da parturiente. José Cardoso afirmou que não é normal a grávida ser transportada sem acompanhamento especializado. O bombeiro explicou que “praticamente vai sempre um profissional de saúde, isto é um caso que nunca vi, tem ido sempre alguém a acompanhar”.
Apesar de não ser permitido que os utentes sejam acompanhados por familiares ou amigos na ambulância, José Cardoso autorizou que a amiga da parturiente também segui-se no veículo. “No hospital disseram que a amiga não podia ir, mas visto que eu ia sózinho, disse-lhe [à amiga] que não me importava, que até agradecia se quisesse ir a acompanhar”, explicou o bombeiro.
Grávidas não são encaminhadas para Maternidade de Elvas apesar de estar aberta
A grávida foi transportada para Portalegre porque apesar da Maternidade de Elvas continuar aberta, as Urgências do Hospital de Santa Luzia reencaminham as parturientes para os hospitais indicados pelas mesmas para ter o seus filhos, Badajoz, Portalegre ou Évora.
O bloco de partos de Elvas está encerrado desde as 08.00 de segunda-feira, como determinou o Ministério da Saúde, contudo a fundação Mariana Martins mantém a instituição aberta reforçada pela aceitação de uma segunda providência cautelar interposta pelo Movimento Pró-Maternidade e aceite na sexta-feira pelo tribunal de Castelo Branco.
O Ministério da Saúde diz desconhecer a decisão do tribunal e garante que o fecho deste bloco de partos é assunto encerrado.
Em declarações à agência Lusa, Mário Simões, o porta-voz da Administração Regional de Saúde do Alentejo disse que "não há conhecimento oficial" desta providência cautelar interposta em tribunal, pelo que a sala de partos continua fechada".
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