ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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O conceito de sustentabilidade, inerente às actividades desenvolvidas pelo Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM), vai passar a ser também adoptado pelos seus parceiros. A necessidade de conciliar e gerar um equilíbrio entre turismo e desenvolvimento sustentável levou os responsáveis pelo Parque a aderir ao projecto Carta Europeia de Turismo Sustentável em Áreas Protegidas (CETSAP). Uma iniciativa que vem ao encontro das necessidades já há muito sentidas no que concerne ao ordenamento das actividades turísticas, bem como à sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Actualmente à espera do parecer final, o PNSSM tem já 15 empresas-piloto preparadas para a aderir a este projecto.
A estratégia de turismo sustentável do Parque Natural da Serra de São Mamede contempla um conjunto de acções que, até 2006, pretendem mudar atitudes, mentalidades e, sobretudo, contribuir para o desenvolvimento da região. O objectivo é criar uma nova imagem de turismo, encarando-o como uma componente estratégica do desenvolvimento, assente nos princípios da sustentabilidade ecológica, social e cultural e económica.
Estas 73 acções, desenvolvidas entre o Parque, as câmaras municipais da sua área de abrangência e a Região de Turismo de São Mamede, estão divididas em seis grandes vectores que visam desenvolver uma política de qualidade, controlar e gerir a frequência turística, promover e elaborar políticas de marketing; formar, educar e sensibilizar; apoiar a economia local e melhorar a qualidade de vida dos habitantes; e ainda proteger e valorizar o património natural e cultural. Algumas destas acções estão incluídas na estratégia apresentada pelo PNSSM no âmbito da Carta Europeia de Turismo Sustentável em Áreas Protegidas, cujo parecer final sobre a sua adesão sairá até Agosto.
Este projecto, que iniciará com 15 empresas-piloto das áreas da animação, hotelaria e restauração, “pretende a criação de uma rede entre os diferentes parceiros, a nível interno, e entre os parques, a nível externo (europeu)”, salienta Filomena Morgado, do PNSSM. E este é apenas um dos benefícios da adesão à Carta. A adopção de uma gestão ecológica, o desenvolvimento de novas oportunidades comerciais, o reforço da qualidade da oferta e da satisfação do visitante são outras das vantagens.
Empresas com comportamentos amigos do ambiente
Para as empresas aderentes as exigências colocam-se, sobretudo, ao nível da qualidade e da adopção de comportamentos amigos do ambiente. Segundo Filomena Morgado, as empresas devem adoptar um código de eco-eficiência (no que concerne a resíduos, energia, poluição sonora e atmosférica, água, entre outros), promover os produtos locais, desenvolver práticas ambientais e ter condutas coerentes no terreno.
Caso cumpram estes requisitos é-lhes atribuído um selo de qualidade que atesta a qualidade e cumprimento das normas ambientais. No caso das empresas turísticas o símbolo é válido por três anos, sendo a validade para os operadores turísticos de apenas um ano. O objectivo é que as empresas fiquem sensibilizadas para a tomada de atitudes ambientais e sejam, por isso, distinguidas das outras que não são, de acordo com as normas da Carta, “amigas do ambiente”.
No que concerne a financiamentos, a CETSAP não contempla qualquer verba, dado tratar-se apenas de uma “carta de intenções”, podendo as empresas concorrer a fundos para desenvolver os seus projectos no âmbito da Carta, através do Programa Nacional de Turismo Natureza.
De acordo com Filomena Morgado, “o mais importante deste projecto é ter um desenvolvimento local sustentável e um turismo de qualidade”, baseados na protecção e valorização do património local, na melhoria da qualidade de vida dos habitantes, no controle da pressão turística e na melhoria da oferta.
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