ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Na manhã do dia 17 de Março, o terceiro e último dia das XV Jornadas da Comunicação realizadas na Escola Superior de Educação de Portalegre, teve lugar um debate subordinado ao tema: desprestígio do jornalismo desportivo. António Varela, Alexandre Afonso e Nélson Feiteirona foram os convidados.
Na 15ª edição das Jornadas - marcadas pelo tema da ética - o derradeiro dia desta iniciativa contou com um debate sobre o jornalismo desportivo. Esta sessão teve como convidados Alexandre Afonso, editor de desporto da Antena1, António Varela, editor chefe do jornal Record, e Nélson Feiteirona, jornalista do jornal A Bola.
Parcialidade, sensacionalismo, especulação, e o desprestígio do jornalismo desportivo, foram os temas abordados e em discussão neste debate.
Alexandre Afonso, na primeira intervenção do debate, começou por questionar: “não existe desprestígio em relação ao jornalismo político ou económico por exemplo?”, para considerar que “o desprestígio no jornalismo desportivo é uma falsa questão”.
“Jornalismo é jornalismo seja em que vertente for”, defendeu António Varela, afirmando que “ a credibilidade é o maior capital do jornalista”. “De maneira alguma é desprestigiado, o jornalismo desportivo, envolve é muita paixão” acrescentou ainda Nélson Feiteirona.
Confrontado sobre o excesso de cobertura futebolística nos órgãos de comunicação social, em detrimento de outras modalidades, o jornalista da Antena1 considerou o facto de Portugal ser “um país ‘futebolizado’, há excesso de futebol e pouco espaço para as modalidades”.
O editor do Record, sobre esta questão acrescentou que “os jornais são produtos destinados ao consumidor e o futebol é bastante mediático”, evocando a preferência dos leitores. “ Existe um mercado, e segundo a lei do mercado, o produto tem de ser vendido” referiu o jornalista de A Bola, concordando com facto de o futebol ser a preferência dos leitores.
No final do debate, surgiu uma questão do público, sobre as alegadas tendências clubísticas dos jornalistas. Alexandre Afonso, desmistificou a questão, admitindo que “não há jornalista que não tenha clube, transportar essa tendência para o trabalho é que é inconcebível”, realçando a isenção e profissionalismo da classe. António Varela alertou para a multiplicidade de opiniões, considerando que “cada um vê a realidade à sua maneira”.“Não há ‘clubite’” afirma Nélson Feiteirona, considerando que “ se um jornalista escreve de forma tendenciosa então está a ser mau profissional” concluiu.
O público presente, em grande número, no auditório, que se mostrou muito participativo ao longo do debate, foi a prova do interesse que este tema suscita na opinião pública.
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