ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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“Um jornalista pode passar por situações amargas se for leal e sincero. Mas pelo menos é respeitado.”
Diana Andringa foi homenageada na quinta-feira, no âmbito das Jornadas da Comunicação. O seu currículo e as experiências que considera “enriquecedoras”, tanto a nível profissional como pessoal, foram mote para a entrega de um Tributo, pelos alunos de Jornalismo e Comunicação.
Durante a entrega do prémio simbólico, lembrou episódios que preencheram a sua carreira. Das Honduras lembra o momento em que uma família local lhes ofereceu guarida. Contou que num país economicamente fraco e onde “as pessoas não têm nada, a não ser neste caso, uma vaca”, de imediato a família foi buscar leite quente “para que a equipa de reportagem não se constipasse, uma vez que estava a chover”.
No Jornalismo contemporâneo o que mais preocupa Diana Andringa é “a velocidade do jornalismo, é alucinante, e o jornalismo exige reflexão”. Essa rapidez provoca um desenquadramento nas notícias, o que não aconteceria se para trabalhar, o jornalista tivesse mais tempo. Isso seria “útil à sociedade”.
A jornalista fez questão de criticar o profissional que “tem sempre razão”. E defendeu a integridade do jornalista enquanto pessoa e profissional: “Quanto mais leal uma pessoa é, mais respeito vai ter, bem como bom nome”
Embora não se saiba definir como sendo jornalismo de uma área mais específica, Diana Andringa confessa que sempre gostou mais da imprensa escrita. Diz que o jornalismo é “uma profissão honrada, e há que fazer um bom trabalho” e que é preferível “passar por situações amargas” a fazer mau jornalismo só para ser bem visto.
Um pouco mais sobre Diana Andringa
Nascida no ano de 1947 em Angola, começou por tirar o curso de Medicina em Lisboa, embora quando fosse mais nova tivesse o sonho de ser aviadora. Veio de Angola para Portugal ainda muito nova, não tendo por isso enfrentando dificuldades de relevo, sendo que a maior diferença que sentiu foi na mentalidade da sociedade.
Diana Andringa é hoje um dos nomes de maior importância no Jornalismo luso e trabalhou em diversas vertentes da área, c omo a rádio, televisão e imprensa escrita.
Começou o seu percurso profissional na imprensa estudantil com o “semi-legal Boletim”, da Comissão Pró-Associação da Faculdade de Medicina de Lisboa, bem como no “Solidariedade Estudantil”, orgão da Reunião Inter-Associações das Universidades de Lisboa. Posteriormente tornou-se colaboradora do “Diário Popular” e do “Diário de Lisboa”.
O interesse pela escrita surge ao perceber que o jornalismo “serve como militância para o Mundo mudar para melhor”, como confidenciou. A desse momento não mais deixou o meio.
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