ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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A Companhia de Teatro d'O Semeador assinalou esta semana mais um Dia Mundial do Teatro. Em dia de celebração, a máxima, desta cidade do interior, mantém-se: O público, em geral, adere muito pouco às peças. É preciso incentivar os mais jovens e educá-los para o teatro.
A companhia de Teatro d’O Semeador foi a única a comemorar o dia Mundial do Teatro – assinalado na segunda-feira passada - com a peça “Ruínas” de Sarah Kane e encenação de Rui Ferreira, levada à cena na Igreja do Convento de Santa Clara. À semelhança de anos anteriores, a data foi assinalada apenas com um espectáculo gratuito.
De acordo com José Mascarenhas, director da companhia de teatro e actor, “o facto de as pessoas não terem de pagar, ainda continua a ser uma forma de as atrair, a uma casa de espectáculos”, acrescentando ainda que a era dos audiovisuais “veio afastar grandes massas da população, dos espectáculos ao vivo”e daqueles que ele considera serem “os verdadeiros actores”.
Para a actriz e professora de oficina de expressão dramática, Estrela Novais, o futuro do teatro passa por festivais de teatro escolar e peças dirigidas aos jovens, “formas de criar um público mais exigente e participativo”, já que “é preciso incentivar os jovens e educá-los para o teatro”.
Com cerca de 26 mil habitantes, Portalegre continua a estar aquém das médias nacionais, no que respeita ao número de pessoas na plateia. Para os actores, o problema não passa por ter de representar para um número reduzido de espectadores, mas sim pelo desinteresse demonstrado pelo potencial público a quem a peça se possa dirigir. Excepcionalmente são os espectáculos para as camadas mais jovens os que, segundo Estrela Novais, “atraem cada vez mais o respectivo público”.
O Teatro d’O Semeador não costuma celebrar o dia mundial do teatro com mais de um espectáculo, mas tem, como ex libris, o Festival Internacional de Teatro de Portalegre, que, entre Outubro e Novembro, deste ano, e durante duas semanas, irá comemorar a 15ª edição.
Este festival conta, quase sempre, com companhias de teatro nacionais e internacionais, e tem conseguido, ao longo dos anos, consolidar um público específico e angariar públicos mais diversificados. Mas, para o director José Mascarenhas, apesar do sucesso do Festival, “ainda é preciso que este tome outra dimensão, nacional e internacional, que obriga à utilização de espaços cénicos de maiores dimensões e a um reforço brutal das verbas a ele cativas”. Isto poderá vir a acontecer quando ficar concluído o Projecto para a Fundação Robinson que englobará, não só espaços museológicos, mas também a sede da grande maioria das associações culturais de Portalegre. Um projecto que dará origem a um Centro Cultural interdisciplinar, à semelhança do que era o Convento de Santa Clara entre 1975 e 1985.
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