ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Os Desafinados começaram por mera brincadeira em 2010. Na habitual tradição de ir pedir os santinhos às casas das pessoas, três residentes da rua de São Mamede, no Reguengo, começaram a bater de porta em porta a fim de conviver com a população. Foi aí que, segundo Elismar Guedelha, membro do conjunto “surgiu a ideia de criar um grupo de janeiras.” Os desafinados nasciam assim há cinco anos.
No primeiro ano, o grupo tinha apenas três instrumentos, entre os quais o popular acordeão, ao qual se juntava as vozes alentejanas. Mas logo, o grupo teve uma nova aquisição: “ Depois juntámo-nos a um grupo espanhol. Grupo esse que tem casa em São Julião - pertencente à União de Freguesias de Reguengo e São Julião - mas que moram em La Codosera. E criou-se assim, um grupo intercultural”, acresce Elismar.
Devido à importância que o dia tem para os espanhóis, uma vez que é nesse dia que abrem as prendas e festejam a bem ver o Natal, o grupo Os Desafinados que se juntou aos “El Brezo Rayano”, juntou às músicas portuguesas das janeiras, as canções natalícias espanholas. Para informar a população, o grupo costuma fazer cartazes onde dizem qual o dia em que vão partir e a que horas vão passar nas ruas.
Os Desafinados começam agora a oficializar-se e já contam com os apoios concedidos pelo Inatel e pela União das Juntas de Freguesia Reguengo e S. Julião.
João Figueira, residente na freguesia do Reguengo, crê que este grupo: “além de animar bastante a Freguesia, permite às pessoas que vivem sozinhas, que não tem os seus familiares por perto ou que muitos já faleceram, um momento de convívio e uns minutos de conversa. O que é bastante importante para estas pessoas. Deixa-os bastante satisfeitos e alegres! Quanto às músicas, são bastante animadas e garantem momentos de bastante alegria, pois possuem versos engraçados, com palavras tipicamente alentejanas.”
E a tradição mantém-se firme e hirta, conclui Elismar: “Vamos continuar a cantar as janeiras. E desejar um bom ano a toda a gente. É algo que nos comove a todos, até há pessoas que choram. Outras já sabem de cor as letras, porque desde o início acabamos por repetir algumas músicas.”
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