ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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O cenário de seca que o país atravessa está a deixar os agricultores preocupados. No distrito de Portalegre os produtores de gado queixam-se dos baixos preços a que são obrigados a vender os animais. Apesar dos prejuízos, ainda há quem acredite que a situação vá melhorar.
No monte da Silveira na freguesia dos Mosteiros, distrito de Portalegre, a seca tem sido um entrave ao comércio dos animais. Os preços desceram e são poucos os comerciantes de gado interessados em comprar vitelos portugueses, a um bom preço.
Eurico Marques, produtor de bovinos queixa-se sobretudo dos baixos preços a que tem vendido os seus animais este ano.
"Tenho tido muito prejuízo, antes vendia um bezerro a 180 contos, e agora dão-me menos de metade por um”.
Da mesma situação se queixa um outro agricultor. José Figueiredo diz que “numa altura destas ainda não vendi os borregos isto está muito mau”.
Para além da dificuldade que é vender os animais, a alimentação é outro problema. A fraca precipitação deste ano fez com que os campos ficassem secos e improdutivos. Não há erva para os animais e as sementeiras não se desenvolvem. A ração é a única escapatória que os agricultores têm para alimentarem os seus animais.
“Temos de lhes dar ração e o dinheiro não dá”, diz José Figueiredo.
Em situação de seca extrema, os agricultores apelam agora ao apoio Estatal. “O estado podia ajudar mais”, afirma Eurico Marques.
“O gado não se vende e sem água temos de gastar muito dinheiro para alimentar os animais”, explica. E como o auxílio estatal não vem, o apelo é mesmo à ajuda divina. “Só peço a Deus para o tempo mudar, porque senão estou desgraçado. Rezo muito para chover”, diz o agricultor.
“Só quem nasceu com esta vontade é capaz, eu não penso em deixar de ter animais. Tenho esperança que isto mude”.
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