ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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Em Portalegre o Dia do Trabalhador ficou marcado pela presença de António Costa, ministro da Administração Interna. A população aproveitou a vinda deste membro do Governo para apresentar algumas reivindicações que contestam a política laboral que o Governo tem adoptado para o interior do país.
O Dia do Trabalhador em Portalegre foi assinalado com a entrega a António Costa, Ministro da Administração Interna, de várias reivindicações referentes ao encerramento de postos de trabalho naquele distrito. O ministro deslocara-se a àquela cidade para a apresentação do Plano Distrital de Combate aos Incêndios.
Durante as várias intervenções que decorreram na Praça da República, em frente ao Governo Civil, os sindicalistas reivindicaram melhores condições de empregabilidade para o Distrito.
Para Jorge Ventura, membro da Comissão Executiva da União dos Sindicatos do Norte Alentejano e coordenador distrital do Sindicato da Função Pública, os portalegrenses vêem o actual Governo a fechar “muitas instituições públicas como é o caso da Maternidade de Elvas, do Instituto de Reinserção Social de Vila Fernando, do Matadouro de Souzela, do quartel militar de Elvas e o fecho das inspecções das actividades económicas que já foi concluído no distrito de Portalegre e também das sub-regiões de saúde de Portalegre”. O encerramento destes organismos traduz-se, para aquele sindicalista, no aumento do desemprego, fazendo com que a desertificação seja mais sentida.
A União dos Sindicatos do Norte Alentejano, constituída por 34 sindicatos em todo o distrito promoveu, de acordo com Diogo Serra, Coordenador da União dos Sindicatos do Norte Alentejano, um “Dia de Festa e de Luta”. “Dia de festa porque tem como objectivo comemorar os 120 anos desta data através da cultura popular representada pelo grupo Verde Maio e pelo Rancho Folclórico e Cultural da Boavista. E Luta pelo emprego com direitos que são as principais preocupações do distrito”, explicou aquele responsável.
Diogo Serra lembrou ainda que “comparando com a Espanha temos mais horas de trabalho, ganhamos menos, temos menos condições, até já fomos ultrapassados pela República Checa. O Estado devia apostar em políticas que tenham em vista a criação de emprego e não a sua destruição. As políticas públicas não devem persistir em fechar os serviços do interior e não devem ser no sentido de nos tirar direitos”.
Por seu lado, Diogo Serra referiu ainda que depois do 25 de Abril os trabalhadores adquiriram um conjunto de novos direitos mas que “hoje estamos em perda de direitos conquistados no 25 de Abril, apesar de se ter vindo a registar uma evolução”.
“No fundo, hoje luta-se pelos mesmos motivos que em 1886. Até o próprio horário de trabalho está a ser posto em causa, uma vez que o código do trabalho propõe que alguns sectores façam mais que 8 horas diárias”, referiu aquele sindicalista.
Zé Botelheiro, ex-director do Grupo Verde Maio, lamentou a fraca adesão e afirmou que esta “é uma iniciativa que louvo, pena que não consiga trazer mais gente. Também tem a ver com as condições existentes. Houve má vontade de determinadas entidades em que se comemore este dia em liberdade e com boas condições.”
Em Portalegre esta data comemora-se desde 1973 quando os homens – apesar da proibição - “saíram à rua com uma gravata vermelha”.
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