ESEPTV - Peças
03/02/2016 - 14:40
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A elevada taxa de abstenção nas eleições para o Parlamento Europeu foi, de certa forma, equiparável à estreia da Selecção de Portugal no Euro 2004, ou seja, Portugal saiu derrotado em ambas as situações, o que é sempre de lamentar.
O dia 13 de Junho foi tão triste para mim quanto o dia 12 de Junho. A elevada taxa de abstenção nas eleições para o Parlamento Europeu foi, de certa forma, equiparável à estreia da Selecção de Portugal no Euro 2004, ou seja, Portugal saiu derrotado em ambas as situações, o que é sempre de lamentar. Cingindo-me tão somente às eleições Europeias, não deixa de ser triste e, deveras, preocupante para a democracia de um país o registo de uma taxa de abstenção a rondar os 60% (?!). Falando bem e depressa, a abstenção venceu a democracia por goleada, porque os portugueses assim quiseram.
Tentar explicar as razões pelas quais a maioria dos portugueses prescindiu do voto é, quiçá, igual às razões da derrota de Portugal ante a Grécia, as quais traduzem-se na falta de discernimento para decidir, quer dos jogadores da Selecção de Portugal, quer dos eleitores, e, acima de tudo, na acomodação, pois os portugueses sofrem muito desse terrível mal, ou seja, o povo português tem muito o vício de se sentar “à sombra da bananeira” à espera que decidam por ele. Mas não deve ser assim, porque o voto é um direito que pertence ao povo e o mesmo é a manifestação da democracia. Podemos votar no partido A, B ou C; portanto, somos livres de votar em quem quer que seja e, além disso, não custa nada fazer uma cruz num papel.
As eleições Europeias eram importantes na medida em que consistiam em eleger os deputados dos diferentes partidos políticos para representarem Portugal no Parlamento Europeu, dando, assim, voz aos portugueses no espaço da União Europeia. Se fazemos parte da União Europeia e queremos uma Europa mais forte a todos os níveis, então, porque raio é que no dia 13 de Junho não se votou em massa? Enfim, infelizmente os portugueses preferem levantar-se tarde para ir à praia, ver futebol, mexer no telemóvel, navegar na Internet… a ir votar. O crescendo distanciamento da política por parte dos portugueses não deixa de ser alarmante, pois põe a nu as fragilidades da democracia portuguesa. Porém, os políticos também devem fazer uma profunda reflexão sobre o modo como actuam perante a sociedade portuguesa, porque, como se costuma dizer, “tão culpado é o que vai à vinha como o que fica à porta”.
Que o desastre das eleições Europeias sirva de lição, tanto para os políticos como para os eleitores!
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